Hermann Wilhelm Göring foi um militar alemão, político e líder do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). Veterano da Primeira Guerra Mundial, em que participou como piloto de aeronaves, atingindo o estatuto de Ás da aviação, recebeu a cobiçada condecoração Pour le Mérite. Foi o último comandante da unidade Jagdgeschwader 1, anteriormente comandada por Manfred von Richthofen, "o Barão Vermelho".
Membro do Partido Nazi, NSDAP, desde os primeiros dias, Göring ficou ferido, em 1923, durante o golpe falhado que ficou conhecido como Putsch de Munique. Devido aos seus ferimentos, desenvolveu dependência de morfina. Em 1933, fundou a Gestapo. Göring foi nomeado para comandante-chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, em 1935, uma posição que manteve até ao final da Segunda Guerra Mundial. Em 1940, Göring encontrava-se no auge do seu poder e influência; como ministro encarregado pelo Plano de Quatro Anos, ele era responsável por uma grande parte do funcionamento da economia alemã na preparação para a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler promoveu-o ao posto de Reichsmarschall, o mais elevado em relação aos outros comandantes da Wehrmacht e, em 1941, Hitler nomeou-o como seu sucessor e assessor em todos os gabinetes.
A posição de Göring perante Hitler ficou substancialmente enfraquecida a partir de 1942, devido à incapacidade da Luftwaffe de cumprir com os seus Objectivos, e de o desempenho alemão na guerra ter decaído em ambas as frentes. Göring retirou-se, quase por completo, da cena política e militar e concentrou-se na compra de propriedades e de arte, grande parte das quais retiradas às vítimas judaicas do Holocausto. Informado a 22 de Abril de 1945 que Hitler tencionava cometer suicídio, Göring enviou um telegrama a Hitler solicitando assumir o controlo do Reich. Hitler decidiu, então, retirar Göring de todas suas funções, expulsá-lo do partido e ordenar a sua prisão. Depois da Guerra, Göring foi culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade nos Julgamentos de Nuremberga. Foi condenado à morte por enforcamento, mas cometeu suicídio ingerindo cianeto na noite anterior à sua execução.

Infância e adolescência



Göring nasceu no dia 12 de Janeiro de 1893 no Sanatório de Marienbad, em Rosenheim, Baviera. O seu pai, Heinrich Ernst Göring (31 de Outubro de 1839 – 7 de Dezembro de 1913), antigo oficial de cavalaria, foi o primeiro governador-geral do protectorado alemão da África Ocidental, atual Namíbia.[1] Heinrich teve cinco filhos de um casamento anterior. Herman era o quarto filho de cinco, do casamento de Heinrich com a sua segunda esposa, Franziska Tiefenbrunn (1859–15 de Julho de 1923), uma camponesa bávara. Os irmãos mais velhos de Hermann eram Karl, Olga e Paula; o mais novo chamava-se Albert. Quando Göring nasceu, o seu pai era cônsul-geral no Haiti, e a sua mãe tinha regressado à Alemanha, por pouco tempo, para dar à luz. A sua mãe deixou-o, com seis semanas de vida, com uma amiga, na Baviera, e só passado três anos o voltou a ver, quando ela e Heinrich regressaram à Alemanha.
O padrinho de Göring era o Dr. Hermann Epenstein, um médico abastado, e homem de negócios, que o seu pai conheceu na África. Epenstein era um cristão de origem judaica cujo pai era cirurgião no exército. Epenstein acolheu a família Göring, que vivia da pensão de Heinrich, num pequeno castelo chamado Veldenstein, perto de Nuremberga. A mãe de Göring tornou-se amante de Epenstein, e assim permaneceu durante quinze anos. Epenstein recebeu o título de Ritter (Cavaleiro) von Epenstein pelos serviços e donativos à Coroa.

Göring em 1907, com 14 anos de idade.
Atraído pela carreira militar desde novo, Göring brincava com soldadinhos de chumbo e vestia um uniforme de Boer que o seu pai lhe tinha dado. Göring foi enviado para um colégio interno com onze anos, onde a comida era de má qualidade, e a disciplina era dura. Para regressar a casa, vendeu o seu violino para comprar o bilhete de comboio, e meteu-se na cama fingindo estar doente, até lhe dizerem que não teria de voltar àquela escola. Göring continuou a brincar aos jogos de guerra, fingindo estar a cercar o castelo de Veldenstein, e a estudar as lendas e histórias teutónicas. Tornou-se alpinista, escalando os picos na Alemanha, no Maciço do Monte Branco e nos Alpes austríacos. Com dezasseis anos é enviado para uma academia militar em Lichterfelde, uma localidade em Berlim, onde se formou com distinção. Göring juntou-se ao Regimento do Príncipe Wilhelm (112.º Regimento de Infantaria) do exército prussiano em 1912. No ano seguinte, a sua mãe teve um desentendimento com Epenstein, e a família teve de deixar Veldenstein para se mudar para Munique; pouco tempo depois, o pai de Göring faleceu. Quando a Primeira Guerra começou em Agosto de 1914, Göring estava colocado em Mulhouse com o seu regimento.